Eu sei que em todos os lugares, em tudo que é profissão, sempre existe uma maça podre.
Ultimamente eu tenho convivido com várias delas. Fazer um tratamento no qual sua vida depende disso, é complicado, mas quando você conta com profissionais dedicados, que respeitam a condição do paciente, que entende que existem dias bons e dias não tão bons assim, o que é difícil se torna até fácil, contudo, quando você se depara com essas maças podres, todo o resto que é bom simplesmente azeda. Parece uma segunda doença, que contamina todo mundo e torna o tratamento insuportável.
Eu passei por duas situações assim esses dias, uma eu “resolvi”, a outra eu simplesmente estou empurrando com a barriga.
1ª situação
Pensem em um convênio ruim, agora multipliquem esse ruim por 1000. Essa é a GreenLine, o convênio que comprou a extinta Serma, que era meu convenio.
A GreenLine é tão ruim, mas tão ruim, que eu sou melhor atendida pelo SUS e optei me tratar pelo SUS do que contar com qualquer profissional desse convênio. Eu explico.
Eu tenho um serio problema com minhas veias. Tirando a fistula, é quase impossível tirar sangue de algum lugar do meu corpo. Eu chego ser examinada por enfermeiros de laboratórios por 30, 40min para eles conseguirem dar um jeito milagroso de colher meu sangue. É preciso muita paciência e profissionalismo por parte dos enfermeiros. Toda coleta de exame fora da clinica de hemodiálise é estressante. Sempre levo mais de uma picada, mas geralmente os laboratórios que eu ia autorizada pelo do convenio, as enfermeiras tinham a tal paciência e profissionalismo para executar a missão quase impossível, e faziam com destreza.
Acontece que após a mudança do Serma para GreenLine, alguns exames de sangue não podem ser executados no laboratório que eu estou acostumada, pois segundo os próprios funcionários do convênio, “sai muito caro para eles”, então eu tenho que fazer o exame no laboratório próprio deles.
Quando fui pela primeira vez, a primeira enfermeira que tentou, me picou 2x e não conseguiu nada, fui parar na mão de uma segunda, que conseguiu fazer o serviço depois de 30 minutos de apalpada. Seria normal, se todas as picadas não causassem hematomas. O local da coleta era bizarro para não dizer pior. Não tinha a mínima estrutura, nem privacidade, era praticamente em um corredor aberto, com material todo empilhado, um horror, o curativo era algodão e fita crepe. Nem no SUS o curativo é assim. Odiei, por mim não voltava nunca mais.
Bom, apesar dos pesares, o exame foi feito, o resultado saiu, mas para minha infelicidade, tive que fazer novamente um exame de sangue que não era autorizado em nenhum laboratório que não fosso do próprio convênio, e mais uma vez, não pude fazer no laboratório que estou acostumada, MESMO TENDO DIREITO segundo consulta no site/guia de especialidades médicas do meu plano. Onde fui parar? No açougue com fachada de pronto socorro que tem um corredor apelidado de laboratório.
Quando cheguei descobri que o tal laboratório mudou de lugar. Fiquei muito feliz, o corredor era temporário então. Quando fui até o local novo tudo parecida estar de acordo. Havia dois boxes que permitia mais privacidade ao paciente, o material estava guardado de forma mais adequada, apesar das amostras de urina colhidas pelos pacientes terem ficado no balcão, amontoadas umas em cima das outras, sem nenhuma proteção entre elas.
Quando chegou minha vez, uma moça que vou chamar pela inicial J., me chamou até o box, eu avisei que ela teria que usar Scalp (aquelas borboletinhas) com agulha bem fininha, a dita cuja respondeu “tá bom senhora, deixa comigo que eu sei”, então ela pega uma seringa normal, com agulha normal e tenta me puncionar, CLARO QUE NÃO DEU CERTO, eu senti um ódio mortal, quase peguei a agulha e enfiei no olho dela. A infeliz ficou conversando com outra funcionaria e praticamente nem prestou atenção no que estava fazendo até que ela ia tentar mais uma vez com agulha normal, eu não aguentei e chamei a atenção dela, ela pegou a scalp fininha, porem mais uma vez, resolveu tentar a sorte em qualquer lugar e CLARO QUE NÃO DEU CERTO. A primeira punção já tinha formado um hematoma, e essa segunda, além do hematoma acabou inchando muito o local, e lá se foi a única veia que com muita dificuldade as enfermeiras do laboratório que eu ia conseguiam colher o sangue. A %&&%#@&$@# da J. conseguiu estourar, acabar, aniquilar a única veinha quebra-galho que tinha. Eu fiquei com sangue nos olhos eu acho. A frustração foi tão grande que não consegui nem me mover do lugar, juro que estava há pouco para partir para agressão física, eu tive que fazer uma força absurda para não partir para a pancada. O pior que a animal, continuou conversando e fazendo o trabalho mais porco que eu já vi na vida. Então chamei a atenção dela, que claro não gostou nem um pouco, e para minha infelicidade não tinha mais ninguém para tirar meu sangue, só essa palhaça.
Resultado três furos, uma veia estourada, dois hematomas e somente três tubinhos de sangue colhidos, pois na terceira punção ela conseguiu explodir a seringa, não me perguntem como foi possível isso, eu não entendi até hoje. Perguntei se o sangue que ela tirou foi o suficiente para todos os exames (29 no total), e ela disse que sim.
Quando cheguei em casa recebi uma ligação que teria que voltar para o laboratório, pois o sangue colhido foi insuficiente para todos os exames. Imaginem meu estado de nervos. Fiquei muito irritada, minha vontade era acabar com essa funcionaria. Então escrevi um e-mail enorme para a ouvidoria da GreenLine, que só disponibiliza o e-mail da ouvidoria, o convênio é tão bom que não tem nenhum telefone a ouvidoria deles, e até hoje (uns 3, 4 meses depois), eu não recebi uma resposta. E olha que nem fui mal educada, escrevi um e-mail grande para explicar minha indignação, foi até um e-mail educado.
Eu voltei para o laboratório e adivinha quem era a única enfermeira disponível? A J. de Jumenta.
Eu quase fui embora, mas não segui minha intuição e encarei mais uma vez a J. de Jamanta. Ela quando me viu ficou branca e tentou fugir da raia, mas acho que quem ela chamou para substituí-la não podia naquele momento. Eu avisei a recepcionista que queria que o prazo para receber os resultados desse exame continuasse o mesmo, que o erro não era meu e que no mesmo dia que receberia os resultados, eu tinha uma consulta e teria que apresentar os exames (era verdade isso). A recepcionista me olhou feio e eu retribuí a olhada.
A recepcionista avisou a J. de Jéca, que deveria colher mais três tubos no mínimo. Depois de mais três punções desastrosas, e pra variar com hematomas, ela conseguiu tirar MEIO TUBO, até estourar uma veia que nem sabia que tinha. E estourou porque ela ficou conversando com outra funcionaria (novamente) e não olhou que a agulhinha estava saindo do lugar. Eu digo que consegui um autocontrole que nunca pensei que tivesse para não sair na mão com essa #%&$¨*#@&%S.
Resultado: O exame milagrosamente saiu, mesmo faltando dois tubos e meio. Eu repeti os exames cinco dias depois no Hospital das Clinicas e depois que a enfermeira ficou uma hora me examinando (não estou mentindo), conseguiu achar uma veia no tato, pois ela não apareceu nem com reza brava e garroteamento apertadíssimo. No HC tiraram seis tubos, contra três e meio do convênio. No HC foram duas picadas contra seis que levei no convenio, os resultados foram completamente diferentes, o que me faz pensar que o convenio jogou qualquer resultado para eu não cair em cima deles mais uma vez. Graças a esse erro, eu perdi uma consulta, pois o exame não ficou pronto na data estipulada, e eu que só consegui remarcar a consulta para novembro. Pois é, prejuízo total.
Olha o resultado:

Uma coisa que queria deixar claro, é que, quando um paciente pede para outro profissional puncionar ao invés do que veio para te puncionar, não quer dizer que você não gosta desse profissional, só quer dizer que você tem mais confiança que outra pessoa te puncione. Isso acontece direto lá na clinica, e infelizmente alguns técnicos levam para o lado pessoal, acham que fulano não gosta deles. Eu vou ser bem honesta, todos que me puncionaram e a veia infiltrou eu tenho certo receio, não chego a pedir para outro funcionário me puncionar, pois já vi que alguns levam para o pessoal, mas eu assumo que sinto medo. Então para os técnicos que leem aqui, por favor, não levem para o pessoal, esse tipo de acidente ainda mais no começo da fistula acontece com frequência, eu sei, mas nós que somos pacientes ficamos com receio sim e acabamos marcando as pessoas que causam isso, não por achar que são maus funcionários, é apesar um medo que cria. É diferente do caso acima. Só estou aproveitando o gancho 🙂
É isso, esse foi o primeiro sapo, mas existe um sapo maior que estou convivendo com ele ainda, mas logo em breve me livro, a pena é que me livrar do sapo vai fazer com que eu acabe me afastando do meu médico, que é excelente. Eu conto isso na parte II.
Conselho para quem busca um convênio: FUJAM DA GREENLINE!
Beijos para todos…